
No processo contínuo de construção de conhecimentos sobre a prática docente, instala-se a crescente compreensão da inadequação entre os fundamentos da metodologia de base cartesiana e os pressupostos de uma epistemologia crítica da prática docente. Nesse processo, vai se clarificando a emergência de novas concepções sobre a prática docente, o que colocará em evidência o professor que deve e pode ser reflexivo, bem como que não há saídas prescritivas à prática docente, mas soluções formativas, afinadas com teorias pedagógicas com finalidades emancipatórias.
Na crítica O processo de formação do professor reflexivo vai, aos poucos, requerendo um novo enfoque às metodologias investigativas, pautado em procedimentos científicos que permitam aos pesquisadores não só apreenderem e compreenderem a prática reflexiva, mas construí-la em processo. Nas duas últimas décadas, tem se presenciado, tanto no Brasil como em diversos países, movimentos, estudos e investigações que valorizam metodologias de pesquisa que incluam os práticos como co-protagonistas nos procedimentos de pesquisa e de autoformação.
As formas de fazer pesquisa-ação vão, historicamente, assumindo múltiplas e variadas vertentes. Ainda há hoje, no Brasil, muita controvérsia sobre as possibilidades da formação do professor-pesquisador e, mais que isso, das possibilidades de se realizar uma pesquisa na qual o investigador seja, ao mesmo tempo, aquele que pesquisa, aquele que participa, aquele que constrói no coletivo das práticas o conhecimento educacional.